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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Celebramos o Novo Ano com FOGO-DE-ARTIFÍCIO ou FOGO DE ARTIFÍCIO?


O nº 6 da BASE XV do Novo Acordo Ortográfico mexeu na pirotecnia e desfigurou-a para sempre, o que, para muitos, foi explosivo:
Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).

CONCLUSÃO:
FOGO DE ARTIFÍCIO sem hífenes!


Abraço e, com ou sem fogo de artifício, celebre a vida!

ProfAP

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Descida guiada aos infernos do hífen: 24 tenebrosos degraus!


Mesmo os especialistas reconhecem que o uso correto do hífen é um complicado bico de obra da nossa língua. Infernização, dizem uns; verdadeira maldição da língua portuguesa, asseguram outros!
O AO90 visava simplificar e sistematizar a hifenização. Objetivo ambicioso, apenas parcialmente atingido, principalmente duas razões:
1. A redação do documento nem sempre é clara e mantiveram-se exceções, perdendo-se a oportunidade de ir mais além na simplificação.
2. Pontualmente, Portugal e Brasil divergiram na aplicação das regras. Por exemplo, em Portugal escrevemos co-herdeiro, cor-de-rosa a par de cor de rosa, arco-da-velha mas também arco da velha. No Brasil, o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras determina coerdeiro e cor-de-rosa e arco-da-velha como grafias únicas, não registando variantes não hifenizadas.

O principal obstáculo com que me deparei na elaboração do guia que hoje partilho foram as omissões sobre as regras do hífen de que padecem todas as reformas ortográficas já feitas, do Formulário Ortográfico de 1911 ao AO90, passando pelo FO 43 (Brasil) e AO45 (Portugal). Para o esclarecimento de algumas dúvidas (estabelecer, por exemplo, a lista completa dos prefixos/elementos nunca seguidos de hífen), o recurso às obras de Rebelo Gonçalves (dos anos 40 e 60), embora insuficiente, foi imprescindível.
Foi árdua esta descida, degrau a degrau, aos infernos do hífen, mas é com satisfação que partilho convosco esta lista exaustiva de regras.
Para já, o documento aplica-se na íntegra a Portugal, Brasil (onde em 1/1/2016 termina a fase de transição para o AO90) e Cabo Verde (onde terminou em outubro passado o período de transição).

Pode iniciar a sua
                                 descida
                                              aos infernos
                                                                    do hífen…
                                                                                              AQUI!

Abraço e um feliz 2016 para todos os amigos e leitores espalhados pelo mundo!

ProfAP
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

TRANSSEXUAL, TRANS-SEXUAL ou TRANSEXUAL?


1. TRANSSEXUAL é uma grafia incompatível com as regras da língua portuguesa, dado não poder haver a consoante dobrada ss (ou rr), senão em posição intervocálica.

2. TRANS-SEXUAL poderia ser uma hipótese, pois uma das principais regras do AO90 determina que há hífen quando a letra final do prefixo é igual à que inicia o segundo elemento (inter-racial, circum-murar, sub-bibliotecário, anti-inflamatório, etc.). Por essa razão, a grafia “microondas” foi alterada para micro-ondas. No entanto, se com micro-ondas a tradição deixou de ser o que era, como vamos ver a seguir, o mesmo não aconteceu com as palavras iniciadas por TRANS.

Sobre este assunto também se pronuncia Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra: Atlântida, 1947, p. 75, OBS. 3.ª), uma das obras de referência maiores para a lexicografia portuguesa: "Não podendo haver a consoante dobrada ss, assim como a consoante dobrada rr, senão em posição intervocálica, o s do prefixo trans- é eliminado quando se segue um elemento começado por s: transecular, transiberiano, transubstanciação, transudar".
Nota: Resultado certamente de um espantoso lapso, encontrei no Portal da Língua Portuguesa (AQUI) as grafias trans-sexual”,  “trans-sexualidade” e trans-sexualismo”.

RESPOSTA:
Grafia certa (não alterada pelo AO90): TRANSEXUAL!
Obs.: Como trans-, também os elementos de composição de palavras -re (reentar) e des- (dessalinização) nunca são seguidos de hífen.

Abraço.

ProfAP
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